sábado, 14 de diciembre de 2013

Soneto - Vinicius de Moraes





Soneto de fidelidade



De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.





Soneto de Fidelidad (en español)

                                                      Traducción de José Antonio Pérez
   

En todo, le seré a mi amor atento
Antes, y como tal celo, y siempre, y tanto
Que incluso en frente del mayor encanto
De él se encante más mi pensamiento.

Quiero vivirlo ya cada momento
Y en su loar he de esparcir mi canto
Y mi reír y derramar mi llanto
A su pesar o a su mayor contento.

Y así, cuando más tarde me procure
Quizás la muerte, angustia del viviente
Quizás la soledad, fin de quien ama

Decir yo pueda de mi amor ardiente:
Que no sea inmortal, puesto que es llama,
Mas que sea infinito mientras dure.


Vinicius de Moraes


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